Of Monsters and Men falam sobre fama e como o streaming mudou a indústria musical
- omambr
- 9 de out. de 2015
- 3 min de leitura

A banda islandesa Of Monsters and Men causou uma tempestade na América em 2012 quando o single "Little Talks" foi subindo nas paradas e tocou em todas as maiores estações de rádio. Agora em turnê nos Estados Unidos, o quinteto está promovendo seu mais recente álbum, Beneath the Skin, que muitos dizem ser um desvio do folk do primeiro disco, My Head Is An Animal.
Aqui nós conversamos com os dois vocalistas Nanna Bryndís Hilmarsdóttir e Ragnar "Raggi" þorhallsson sobre compor e cantar em inglês, suas influências artisticas e as mudanças na indústria musical.

Capitol File: Vocês participaram de uma competição musical na Islândia que eventualmente os impulsionaram à fama. Conte-nos mais sobre isso.
Nanna: Foi nosso primeiro show oficial. Nós já estávamos tocando juntos por um tempo antes mas foi só então que escolhemos nosso nome, que nos tornamos essa banda. É uma competição na Islândia. É basicamente uma forma muito legal de sua banda tocar um show na frente de muitas pessoas. Vai ao ar no rádio então as pessoas podem escutar.
Ragnar: É só para bandas novas. Se você já fez um álbum, não pode participar.Nanna: Também é legal porque eu conheço várias bandas que vieram de lá. Encoraja jovens pessoas a fazer música.
Capitol File: Há cinco membros na banda. É difícil equilibrar a sonoridade e a opinião de todos?
Nanna: Eu acho que os menores problemas são quando estamos tocando juntos num quarto. Eu sinto que isso não é um problema para nós. Eu acho que todos nós sabemos que todos nós temos nossas fraquezas e nós simplesmente sabemos disso. Raggi: Sim, tudo gira em torno de nós cinco. Se você está fazendo algo junto de outras pessoas, todos tem que ter voz e sentir que estão contribuindo e sendo escutados. Eu acho que isso é muito importante.
Capitol File: Vocês compõem suas próprias canções, certo?
Raggi: Sim.
Capitol File: Eu sei que vocês escrevem suas músicas em inglês. Como?
Raggi: Eu acho que é uma das coisas que é muito comum na Islândia [escrever em inglês]. Eu acho que as pessoas simplesmente fazem assim, eu não sei porquê. Nós aprendemos muito jovens. Nanna: Tem tantas coisas que te inspiram, tantas coisas que você escuta, letras que são em inglês.
Capitol File: Isso é interessante porque ainda assim a música de vocês soa americana. Raggi: Sim, nós tivemos muitas influências vindo da Europa, da Islândia e também da América... então é um meio-termo. Nós crescemos escutando as mesmas bandas que as pessoas em Nova York e na Europa.
Capitol File: Quem são suas influências musicais? Nanna: Quando eu era adolescente eu costumava escutar The Cure e coisas do tipo. Agora eu tô mais pro lado singer/songwriter Raggi: Quando nos conhecemos, nós meio que escutávamos muito Bon Iver, Talisman e Arcade Fire. Foi assim que nos conectamos quanto à musica, eu acho. Agora sei lá. Escutamos muitas coisas.
Capitol File: Quão diferente é o mercado musical na Islândia? Nanna: Com uma gravadora na Islândia, há uma pessoa. Ele é o cara que fundou a gravadora e é o único empregado. Raggi: É tipo, se alguém quer uma entrevista com você, eles podem simplesmente olhar a agenda telefônica, te ligar e dizer, "é você?"
Capitol File: Dado o surgimento da internet e dos serviços de streaming, você acha que a indústria musical mudou?
Raggi: Nós somos uma banda bem nova então eu acho que [enquanto lançávamos] o primeiro álbum, as coisas já tinham começado a mudar e as vendas digitais já eram muito mais altas que as físicas. Nanna: E no tempo em que terminávamos a última turnê e estávamos compondo o novo álbum, Spotify se tornou muito, muito grande.
Capitol File: Parece que mais pessoas podem descobrir a sua e outras bandas mas menos pessoas irão baixar a sua música, não importa o quanto eles gostam, porque isso requer um passo a mais.
Raggi: Sim, eles só fazem o stream, e isso é legal. Eu só acho que precisa haver um plano de garantia e uma forma disso funcionar bem. Quer dizer, definitivamente tem dinheiro vindo do streaming e as pessoas estão sendo pagas mas eu acho que eles ainda estão tentando descobrir uma forma de levar um pouco disto para as bandas. Mas, para os artistas, isso é algo que podemos facilmente nao pensar sobre, só pensar sobre os shows e o álbum. Nanna: Nós realmente não ficamos pensando sobre as vendas do álbum tanto assim e talvez seja por isso que pensamos tanto sobre as apresentações sobre ao vivo. Fazer com que as pessoas venham ao show.
Via: Capitol File
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